quinta-feira, 25 de outubro de 2007

A Casa das Notícias

“Estais na casa das notícias”. Foi com estas palavras que José António dos Santos, jornalista e actual secretário-geral da Lusa, deu início a uma breve exposição sobre a única agência noticiosa portuguesa.

A Lusa surgiu após a extinção da ANOP e da NP com o princípio de fazer chegar informação em português a todos os países onde há portugueses, bem como “trazer o Mundo até Portugal”. Para tal, a agência dispõe de 6 delegações nacionais e 10 internacionais, bem como de diversos correspondentes espalhados pelo país e pelo Mundo.

Com o seu capital maioritariamente titulado pelo Estado e constituindo-se não como um meio de comunicação social, mas sim como um produtor anónimo de notícias em bruto, a Lusa fornece múltiplos serviços escritos, fotográficos e audiovisuais aos diversos meios de comunicação social, portanto, não se dirige directamente ao consumidor final.

É importante destacar que 75% da informação que vemos nos mass media provém da Lusa, podendo, posteriormente, ser ou não reeditada pelos seus clientes. Claro está que existe uma combinação prévia entre estes últimos e a agência acerca dos serviços pretendidos, uma vez que nem sempre se conseguem cobrir todos os locais merecedores de destaque. Este é, sem dúvida, um facto que escapa aos olhos do cidadão comum e que oferece alguma comodidade aos jornalistas que, por vezes, se limitam a fazer “copy & paste”, não acrescentando qualquer valor à fonte primária. Posto isto, é de realçar a importância e a responsabilidade que este serviço público acarreta.


A trabalhar a actualidade jornalística encontram-se também 209 jornalistas, distribuídos por «pacotes» de informação temática, tais como o nacional, o internacional, a economia, o desporto, entre outros.
Contudo, e de acordo com José António dos Santos, “não é jornalista da agência um jornalista que não seja capaz de fazer tudo”, pois um jornalista da Lusa tem de ser o primeiro! Depreende-se, então, que esta agência tem um dever especial: dar tudo sob uma pressão constante pois quer a TV, quer a rádio ou a imprensa escrita aguardam a todo o instante novas actualizações informativas. Daí o jornalista ter de trabalhar a um ritmo frenético, ao ponto de ter muitas vezes de vir “a correr” para a agência ou ter de escrever a notícia no portátil precisamente no local onde está.


É graças a todo um esforço colectivo que são produzidas diariamente cerca de 50 a 60 notícias, o que permite à Lusa competir com as grandes agências mundiais.
Assim, é exigido ao jornalista um estudo constante e, tal como ditam as regras do bom jornalismo, o rigor e a isenção são fundamentais na transmissão de factos e notícias, a par da “regra dos 3 Cs: escrita curta, clara e concisa”.


Existe apenas uma excepção: na elaboração de “features” (história meia crónica), o jornalista pode expor as suas emoções ou transpor a sua opinião, tendo o cuidado de assinar o seu nome por extenso à cabeça do texto para ser perceptível que se trata de um artigo de opinião.

Uma vez que o jornalista nem sempre está informado sobre tudo, é importante mencionar o papel dos responsáveis pela elaboração da agenda, onde “o jornalista vai beber pela primeira vez”, como referiu o secretário-geral desta agência.

Outro dos apoios fundamentais é, sem dúvida, o centro de documentação, no qual o jornalista (e até mesmo o cidadão comum) pode encontrar informações sintetizadas desde 1976, e úteis para poder contextualizar o seu trabalho (ao contrário da informação dispersa que encontramos, quando encontramos, na Internet).

Enquanto fundadora da EPA, uma agência europeia de fotografia que opera em todo o mundo, a Lusa fornece cerca de 6% da produção diária da mesma, para além de ser obrigada a distribuir também as notícias (gratuitamente) aos órgãos de comunicação regionais e a todos os países onde há portugueses, maioritariamente através da Internet.

Após a passagem pela secção de fotografia achamos importante ainda referir que os serviços de vídeo e fotografia (sempre com legendas em inglês) fornecidos pela Lusa não podem ser manipulados, mas, como é óbvio, melhorados.

A título de conclusão, consideramos que a exposição inicial foi muito mais proveitosa, na medida em que satisfez muitas das nossas curiosidades e respondeu a muitas das nossas questões, contrariamente à passagem que tivemos pela secção de fotografia, onde apenas nos foi descrito, em breves e pouco claras palavras, o tratamento e envio de imagens.

Destaca-se, por último, que na Lusa não existem vedetas, mas que a credibilidade do serviço é dada pelo próprio nome da agência.


Nota: Este foi mais um dos trabalhos de grupo que a Belinha pediu =p

1 comentário:

  1. foi com estas palavras que ja' sacamos um 14 a seminario =P eheheh

    @@@@

    ruii

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Comentários do Arco da Velha