terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sol de Inverno


Mudaste tanto desde o dia em que te conheci.
Hoje tens em ti o frio do Outono, mas já não te deixas apanhar pela chuva da Primavera.
Tens aquilo a que os ignorantes chamam "sol de Inverno".
Ainda assim, não te preocupes, porque eles jamais poderão compreender.
O teu segredo está bem guardado.
Sentes que te espreitam de fora, mas nem sequer percebem que os estás a ver.
Há uma janela entre ti e eles.
O vento vai batendo no vidro e os raios de sol vão aproveitando para nele reflectir a sua luz.
Mas tu és rainha e senhora de tudo aquilo que perdeste.
E também de todo o resto que conquistaste.
As pedras que outrora lançaram ao ar tentaram chegarar até ti, mas voltaram para trás.
Em jeito de feitiço, desapareceram.
As suas marcas hoje não são mais do que palavras jogadas ao vento.
Palavras que foram gentilmente cedidas ao passado.
Para seres feliz já não precisas de levantar os pés do chão.
O que não quer dizer que voes só por voar.
Apenas te peço que não percas de vista a tua estrela cadente...
Nem o pedaço de ar que guardas com firmeza nos teus ramos, temendo que este se canse, como os ponteiros do relógio.
Que a fénix que te viu renascer nunca te prenda quando te vir voar.
Mas que pelo menos te agarre para não se perder de ti...


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