quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Capítulo III

De modo a esquecer tudo isto e a fugir da sua própria ignorância, o nosso herói faz uma longa viagem no tempo e depara-se agora com a dúvida e com a incerteza…Chega a duvidar tanto dos outros como da sua própria sombra.

É certo que não devemos confiar cegamente numa pessoa, mas às vezes basta que estejamos alerta. Não é necessário vivermos obcecados e mergulhados em dúvidas existenciais.

Será que a desconfiança não é somente o resultado de uma deficiente auto-estima? Será que pode haver amor ao mesmo tempo que há desconfiança? Terá uma pessoa legitimidade para desconfiar quando também ela pode ser objecto de desconfiança?

Muitas vezes basta seguirmos a nossa intuição. Ela raramente se engana…

Extremamente inconstante, o nosso amigo ainda tem muito para aprender desta vida…

Quando as coisas não correm como desejamos, o caminho mais fácil é fugir. Foi isso que o nosso herói resolveu fazer: FUGIR. Fugir de si mesmo, fugir aos seus impulsos, fugir daquilo que poderia eventualmente ser o amor.

Será que fugir é sempre a melhor solução? Ou é simplesmente a mais fácil?

Será que em determinado momento da sua vida o nosso herói fugiu por medo, por fraqueza ou simplesmente porque “assim tem de ser”.

É um facto, o “assim tem de ser” tem muita força e consegue, por vezes, afastar-nos de sentimentos tão fulgurantes como a paixão, o desejo, o prazer.

Por exemplo, uma relação séria é muitas vezes suficiente por si só para que se abdique tudo em prol da sua estabilidade. No fundo, em primeiro lugar está a estabilidade e um sentimento profundo (por vezes tão profundo que já nem o sentimos).

Há quem diga que uma aliança pode unir duas pessoas para sempre. E é comum ouvir-se dizer: “Ah e tal, vou amar-te até morrer” mas na maioria das vezes…antes de o “dito cujo” morrer ainda morre o “amor” que ele dizia sentir…

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